Fotografia, por definição, é
essencialmente a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa.
Mas todos nós sabemos que o ato de “congelar um momento” vai muito além disso.
Quem não gosta de registrar uma paisagem bonita, um momento emocionante ou até
mesmo de uma famosa selfie? Hoje em
dia, fotografar é o ato de eternizar vivências e situações. E todo esse
textinho emocional tem uma finalidade...
No esporte, a fotografia é tão
essencial quanto guardar o momento vivido na memória. A fotografia está lá pra
provar aquele lance inédito, aquele gol marcante, a emoção no rosto de cada
torcedor.. E sem profissionais que vivem a emoção na pele, não seria tão
perfeito como é.
Por isso, o post de hoje é
especial! Nós, Corinthianos, já vivemos tantos momentos inesquecíveis.... São
momentos que serão contados e relembrados de geração para geração. Mas só o
falar talvez não seja tão grandioso quanto o mostrar através da eternização por
imagens. E nós temos alguém que sabe não só congelar o momento, mas transmitir
toda a emoção necessária.
Daniel Augusto Jr iniciou a sua
carreira profissional no ano de 1977. Em um breve resumo de sua vasta história
nesse meio, Daniel trabalhou como repórter fotográfico nas duas principais
revistas esportivas do país: Lance e Placar. Além disso, foi repórter
fotográfico nos jornais “Folha de São Paulo” e “O Globo”. Carrega em seu
portfólio algumas das fotografias mais famosas da história do futebol.
Corinthiano desde sempre, foi
apenas em 2008 que Daniel chegou ao clube como fotógrafo oficial do time. Desde
então acompanha o Alvinegro em concentrações, treinos, viagens e jogos, sendo o
responsável por abastecer o site oficial e as redes sociais do clube com
imagens exclusivas.
Há algum tempo fiz um trabalho para
a faculdade contando um pouco de sua história e tive a honra de poder conversar
com Daniel (mesmo que tenha sido por e-mail). Sua humildade e simpatia não
deixam duvidas de que o cara é fera e, mesmo que esteja vivendo o Sport Club
Corinthians Paulista diariamente por trás das câmeras, ele é "só mais um" louco do
bando, assim como todos nós!
Após a conquista do Brasileirão,
senti a necessidade de ter algo diferente no blog, não só mais um post falando
o quanto estava feliz e como foi merecido. Foi então que tive a ideia de, mais
uma vez, conversar com Daniel. E mais uma vez ele foi extremamente solicito ao
responder e participar.
Uma pessoa que ama o que faz e demonstra isso em
cada click. É admirável, é para a
história e é Corinthians! Por isso compartilho aqui com vocês as duas
“entrevistas”, para que sintam a emoção das fotos e quem ainda não conhece, que
passe a acompanhar o trabalho magnifico desse louco do bando.
ENTREVISTA
1 - Como foi a escolha de trabalhar nesse meio?
Ser fotógrafo foi meio sem
querer. Quanto a ser repórter fotográfico, as coisas na vida aconteceram
naturalmente. Eu trabalhava em um estúdio, mas logo fui “contaminado” pela
reportagem fotográfica. Fui sócio da Agência F4, umas das primeiras agências de
fotojornalismo do Brasil, que tinha o seu estatuto baseado na Magnum francesa,
do lendário Cartier Bresson. Fomos os primeiros a batalhar pelo crédito em
fotos e pela devolução da foto original depois que ela tinha sido impressa –
hoje em dia, com arquivos digitais, peço que apaguem após o uso, porque se for
republicada tenho direito a receber novamente - por melhores condições e
salário para nossa classe. Fizemos a nossa própria Cessão de Direitos Autorais
que regulamentava como e onde a foto seria usada. Fomos pioneiros por ações que
hoje bem ou mal estão em vigor no mercado.
2 – Por ter experiência em ambos,
o que é melhor: trabalhar em jornais/revistas ou como fotógrafo oficial do time
do coração?
Os dois, como tudo na vida, tem
seu lado bom e ruim. Eu nunca sonhei ser fotógrafo do Corinthians, as coisas também
aconteceram naturalmente. Sendo oficial do time, você tem quase que uma única
pauta, diferente do dia a dia de um jornal ou revista.
3 - Quais os momentos/fotos mais
marcantes da sua carreira?
São muitos os eventos marcantes e
entre eles: ter feito uma foto do Sócrates um pouco antes dele ir embora para a
Itália; ter sido o único profissional do mundo dentro do velório do Ayrton
Senna quando trabalhava no Globo; ter feito a única foto do gol do Tupanzinho,
em 1990, nosso primeiro Brasileiro. E muita emoção para fazer todos os nove*
livros do Corinthians, sendo que o “Libertados” considero o mais importante. (*na
época da primeira entrevista eram nove livros publicados. Agora, com a
conquista do Hepta, o 10º livro já está a caminho.)
ETERNO DOUTOR SÓCRATES, POUCO ANTES DE IR PARA ITÁLIA (créditos da imagem: Daniel Augusto Jr.) |
4 - Qual a definição de foto
perfeita no esporte?
Quando você consegue transmitir a
informação sempre em primeiro lugar, aliada à estética e à emoção do momento.
Neste sentido, a foto do gol do Tupanzinho é, para mim, perfeita.
GOL DO TUPANZINHO, EM 1990, NO NOSSO PRIMEIRO BRASILEIRO (créditos da imagem: Daniel Augusto Jr.) |
5 - Pra você, qual o momento mais
marcante de 2017? Fale um pouco sobre ele..
Talvez tenha sido o lançamento do
livro do Paulista 2017, o #PRIMEIRAFORÇA. Ninguém acreditava, o time foi
indo…indo…indo….e bateu campeão. E ainda por cima, com um técnico novo, sem
experiência como efetivo, e que disse a que veio, Fabio Carille. Foi uma
belíssima resposta.
6 - Qual o jogo que mais emocionou?
Com certeza o jogo contra o porco,
no primeiro turno. Gol do Jô no finalzinho. Acredito que ali os próprios
jogadores perceberam que o time podia muito mais. E deu no que deu… rsss..
7 - Qual foto que você considera a
foto do ano?
Não sei dizer. Tem duas sequências
de fotos que estão no livro e que eu gosto muito. A primeira é o gol do Romero
- aquele jogo da selfie quando eu passei o celular para ele. A outra sequência de
fotos é o drible do Rodriguinho no Júnior Tavares, no jogo contra o São Paulo.
No mais não existem fotos espetaculares, mas um resumo bem feito, uma história
bem contada por um repórter fotográfico do que foi o ano do Corinthians.
8 - Se você pudesse definir a
temporada do Corinthians em apenas uma palavra, qual seria?
MÁGICA
9 - Qual a sensação de poder deixar
registrado em imagens todos os momentos de um ano tão fantástico?
Este ano que você classifica de tão
fantástico é igual a qualquer ano que o Corinthians tenha ido bem. Sabe o
porquê? Porque é Corinthians!!! Aqui tudo é superlativo. Como jornalista,
acredito que estou contando boas histórias com todos os livros editados. E em janeiro de 2018 eu completo 10 anos como fotógrafo oficial. Muito orgulho pelo
trabalho, ainda mais no time do coração.
10 - Como torcedor,
qual a sensação de poder acompanhar cada passo do time?
Na hora das fotos o
lado torcedor tem que ser esquecido para que o trabalho não sofra. Há que ficar
concentrado para que nenhum detalhe fique sem registro. É o que eu tento, não
sei se consigo.
11 - Fale sobre o
livro #Hep7aDeRespeito
Assim como o Mundial
foi a cereja do bolo em 2012, o #Hep7aDeRespeito é em 2017. Um ano tão
complicado como são todos dentro do Corinthians. Descrença geral de todos e
você chega ao fim do ano onde foram disputados 4 campeonatos, com 50% dos
títulos conquistados. É para se ter orgulho ou não?
E para quem quer seguir carreira como repórter fotográfico, principalmente no meio esportivo, Daniel tem algumas dicas...
Pooooooo!!!!!! Essa é complicada.
Primeiro vai ter que se dedicar muito à fotografia. Mas MUUUUUITO!!! E estudar,
estudar, estudar… E, fotografar… fotografar… fotografar MUUUUUUUITO!!!!!!
O fotojornalismo com a chegada da internet também mudou muito de perfil,
juntado ao estado de coisas no nosso país. As redações estão praticamente
vazias de repórteres fotográficos. Esse “sonhador” pode ser um profissional
autônomo, mas vai ter que dar muito duro para poder patrocinar seu trabalho e
ter pautas tão incríveis que nenhuma redação vai se negar a publicá-las.
Vai precisar ter dinheiro para compra de câmera, lentes, cartões de memória, computadores, pagar o seguro de tudo isso e ter muita paciência na hora de vender suas fotos porque, muito provavelmente, vão querer pagar uma ninharia.
Cada profissional que perdeu o emprego tornou-se sua própria agência. Ele se credencia para os eventos e tenta colocar seu trabalho nas agências dos grandes jornais: Folha, Estado, Globo, etc… etc.. E quando consegue, o valor unitário de uma foto chega ser tão ridículo, que ele vai precisar vender muuuuuitas fotos para ter um rendimento que compense seus gastos.
Vai precisar ter dinheiro para compra de câmera, lentes, cartões de memória, computadores, pagar o seguro de tudo isso e ter muita paciência na hora de vender suas fotos porque, muito provavelmente, vão querer pagar uma ninharia.
Cada profissional que perdeu o emprego tornou-se sua própria agência. Ele se credencia para os eventos e tenta colocar seu trabalho nas agências dos grandes jornais: Folha, Estado, Globo, etc… etc.. E quando consegue, o valor unitário de uma foto chega ser tão ridículo, que ele vai precisar vender muuuuuitas fotos para ter um rendimento que compense seus gastos.
Então não bastará a esse sonhador
apenas sonhar: a batalha vai ser muito grande para ser um profissional
respeitado.
Aproveito, mais uma vez, para agradecer a participação de Daniel Augusto Jr. O livro #Hep7aDeRespeito já está em pré-venda e pode ser adquirido clicando aqui.
Para quem não conhece o trabalho de Daniel, vale a pena acompanhar. Além das fotos postadas no site e nas redes sociais oficiais do Corinthians, o fotógrafo ainda posta fotos exclusivas de bastidores em seu Instagram: @jrdanielaugusto.
Aproveito, mais uma vez, para agradecer a participação de Daniel Augusto Jr. O livro #Hep7aDeRespeito já está em pré-venda e pode ser adquirido clicando aqui.
Para quem não conhece o trabalho de Daniel, vale a pena acompanhar. Além das fotos postadas no site e nas redes sociais oficiais do Corinthians, o fotógrafo ainda posta fotos exclusivas de bastidores em seu Instagram: @jrdanielaugusto.
VAAAAAAAAAAAAI CORINTHIANS!
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