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Deca chegou, chegou na hora que alguns palmeirenses já guardavam a bandeira,
esperavam que o grito de campeão sairia apenas no próximo domingo, muitos
faziam eternas contas, o coração quase batia aliviado, só mais um empate na
próxima rodada e o título enfim era nosso, mas adiar o grito para que? Dava
para comemorar naquele domingo, dava para sair gritando na rua, mesmo com tanta
chuva caindo.
Deyverson entrou para por fogo na partida, fogo aquele que
o Borja sempre apaga. Deyverson, o menino tanto criticado pela torcida, muitas
vezes até maluquinho, sem chip, sem papas na língua, o cara que não sabe conter
as emoções, mas sabe fazer gol. Bastou Felipão chegar e mostrar para o menino o
que é confiança, que enfim sua estrela brilhou, só faltando alguém dizer:
"Vai e faz" que ele fez. E fez nada mais, nada menos, que o gol do
título.
Ah Felipão, nós sabíamos que você não viria só por vir, foi
você chegar que sabíamos que treinador não seria mais o nosso problema, nós
sempre confiamos em você. E falavam que não viraria nada, que você já está
ultrapassado, quanta falta de respeito com uma lenda. Que milagre fez esse
homem, que colocou identidade em um time que andava tão perdido. Elenco forte,
patrocínio forte, mas um time apático em campo. Fora das quatro linhas, uma
torcida sem paciência, um ídolo vaiado quase indo para China, parecia que o ano
estava quase perdido para o Palmeiras. Mas, o homem chegou, colocou ordem na
casa, recuperou identidade de um time que tinha tudo para ser campeão, mas não
conseguia encontrar forças para lutar.
Não apresentamos um futebol brilhante, mas fomos campeões e
é isso que importa no fim de tudo, com a calma de um treinador que sabe o que
faz o Palmeiras foi fazendo sua parte sem se afobar, aos poucos o título ia
chegando, e antes tarde do que nunca. Ainda assim, fomos campeões com
antecedência.
Que milagre fez Felipão, que conseguiu fazer com que Felipe
Melo se acalmasse, com que Deyverson jogasse bola e que Dudu voltasse a ser o
jogador que conseguiu virar ídolo da torcida.
Ah Dudu, como é bom te ver jogar bola de verdade, mostrar o
futebol que gostamos de ver, o futebol que conquistou a torcida palmeirense, você
sabe bem lá no fundo que de fato é ídolo.
E por se falar em ídolo, Felipe Melo, considerar ou não? Em
meio a tantos cartões e porradas, sempre fica esse questionamento, como ídolo
ou não, ele já mandou a letra "Entrei para história", e de fato entrou,
ninguém vai esquecer sua raça, suas vibrações ao ganhar uma divida, e pode ter
certeza que um dia a torcida ainda vai dizer: "Precisamos de jogadores que
honrem a camisa como Felipe Melo honrava". E honrou, não importa como foi
toda essa história, mas honrou, entregou-se, vibrou, sentiu como a torcida
sentiu, e chorou. Como pode o durão do Felipe Melo chorar? Até o Deyverson fez
questão de ressaltar ao vivo que, o Pit Bull chorou.
Para quem estava na torcida, quase impossível falar sobre
tudo que sentimos desde o fim da Copa do Mundo, as incertezas do que estava por
fim, o sonho da Libertadores que não chegou, a amarga derrota contra o Cruzeiro
na Copa do Brasil, sem falar da ferida ainda aberta de perder o Campeonato
Paulista para seu maior rival.
Tanto medo de ter o melhor elenco e passar o ano em branco.
Faltou confiança muitas vezes, mas nunca faltou esperança.
Aliás, esperança é verde, é Palmeiras, é Deca!!
Quem tem mais, tem 10, quem não tem corre atrás!!
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