O que é que eu
podia pensar naquele momento? Estávamos
eliminados, na certa. Mas eu não queria sentir essa certeza, é claro que não. Essa
sensação é a pior de todas, nunca poderei narrar exatamente o que senti. Estávamos
todos no estádio e o silêncio da torcida era agoniante, nem a bateria tocava
mais, eu olhava pros lados e TODOS estavam roendo unha ou com as duas mãos na
cabeça. Parecia que estávamos diante de um desastre, e na real era.
Meu time não
era de perder em decisões. Quando a gente ia pra final, era comemoração na
certa. Isso de certo ponto de vista é ruim; A gente se acostuma a ser vitorioso
e nas horas difíceis a gente fica sem reação. Eu vejo por aí torcida que o time
está tomando goleada e todos continuam cantando, vibrando. Não é que eu não estivesse
mais torcendo, é que os minutos já estavam acabando, e eu nunca tinha visto uma
arquibancada sem bateria, então supus que o caso era sério.
Eu olhava pro
campo e o time não passava do meio de campo! O que estava acontecendo? Por que
justo hoje? O placar nem era largo e se a gente empatasse iríamos pros pênaltis!
Oh, pênaltis, nunca desejei tanto cobrança por penalidade. De novo, nosso
zagueiro saiu da defesa e partiu pra frente, mas a marcação deles estava muito
boa, fomos desarmados, DE NOVO. E aí bate o medo do contra ataque, o coração
acelera, e o que eu faço? Fecho os olhos. O que estava acontecendo comigo? Estou
desistindo? Cadê minha fé? Não consigo abrir os olhos quando ouço a primeira
batida, o som do chute na bola e o grito rasgando as gargantas da nossa
torcida. Perdi o gol.


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