terça-feira, 4 de março de 2014

Mais que 90 minutos - Crônica




  O que é que eu podia pensar naquele momento?  Estávamos eliminados, na certa. Mas eu não queria sentir essa certeza, é claro que não. Essa sensação é a pior de todas, nunca poderei narrar exatamente o que senti. Estávamos todos no estádio e o silêncio da torcida era agoniante, nem a bateria tocava mais, eu olhava pros lados e TODOS estavam roendo unha ou com as duas mãos na cabeça. Parecia que estávamos diante de um desastre, e na real era.

  Meu time não era de perder em decisões. Quando a gente ia pra final, era comemoração na certa. Isso de certo ponto de vista é ruim; A gente se acostuma a ser vitorioso e nas horas difíceis a gente fica sem reação. Eu vejo por aí torcida que o time está tomando goleada e todos continuam cantando, vibrando. Não é que eu não estivesse mais torcendo, é que os minutos já estavam acabando, e eu nunca tinha visto uma arquibancada sem bateria, então supus que o caso era sério.

  Eu olhava pro campo e o time não passava do meio de campo! O que estava acontecendo? Por que justo hoje? O placar nem era largo e se a gente empatasse iríamos pros pênaltis! Oh, pênaltis, nunca desejei tanto cobrança por penalidade. De novo, nosso zagueiro saiu da defesa e partiu pra frente, mas a marcação deles estava muito boa, fomos desarmados, DE NOVO. E aí bate o medo do contra ataque, o coração acelera, e o que eu faço? Fecho os olhos. O que estava acontecendo comigo? Estou desistindo? Cadê minha fé? Não consigo abrir os olhos quando ouço a primeira batida, o som do chute na bola e o grito rasgando as gargantas da nossa torcida. Perdi o gol.

                                                                                                                Édila Vieira







Imagem:  Instarquibancada
Autor da foto: @PedroVeigam 
  

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