segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Espaço do torcedor – Amor a distância




No maravilhoso mundo dos apaixonados por futebol, a influência na escolha de um time vem dos pais, da família em geral e da região em que vive. Todavia, no fantástico mundo de como o futebol nos surpreende, o Senhor Osvaldo resolveu torcer pelo Fluminense morando em uma cidade no interior de Minas, com uma enorme predominância de cruzeirenses, atleticanos e americanos e com uma história curiosa de como esse amor surgiu. Para vocês terem uma ideia, o Senhor Osvaldo tem um quartinho em que guarda tudo o que gosta e na maior parte, o Fluminense está lá, estampado.


Os personagens dessa edição do Espaço do Torcedor são de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais. Cidade localizada a 96 km da capital Belo Horizonte. Pai e filho, Osvaldo do Nascimento e Cláudio Eduardo do Nascimento, torcedores do Fluminense Futebol Clube.



  • Como foi essa escolha em torcer para o Fluminense?

Osvaldo: Eu estava escutando um jogo pela rádio, Fluminense e Olaria pelo Campeonato Carioca de 1956. O Fluminense estava perdendo de 3x0, mas no segundo tempo virou o jogo e ganhou de 4x3. Aí eu disse pro meu pai que ia torcer para aquele time porque era bom “pra danar”. E então, a partir desse dia, eu passei a ser tricolor das laranjeiras.

  • E foi o seu pai que te influenciou?

Cláudio: Foi sim. Eu comecei a entender de futebol em 1989. Comprei um álbum do Campeonato Brasileiro e tentei completar primeiro a parte do Fluminense para agradar o pai. Desde então a gente vem torcendo para o melhor do Brasil.

  • Tem algum jogo que marcou?

Osvaldo: Um jogo que eu lembro foi pelo Torneio Rio São Paulo em 1959. O Fluminense tinha um jogador que chamava Valdo, que no jogo fez um gol de cabeça dando a vitória para o Flu. 2x1 sobre o São Paulo. Era um jogão, o tricolor das laranjeiras contra o tricolor paulista. Eu vibrava escutando tudo pela rádio.

Cláudio: Que me marcou tiveram duas partidas. Uma em 1995, clássico, Fluminense e Flamengo. Fazia dez anos que o Fluminense não era campeão e a gente estava ganhando de 2x0, mas o Flamengo empatou e o empate dava Flamengo. Mas aí, aos 42/43 minutos do segundo tempo, teve aquele gol que ninguém esquece, do Renato Gaúcho de barriga e o Fluminense foi campeão. Essa partida também escutei pela rádio.
O outro foi em 2008, na final da Libertadores. O Fluminense precisava vencer por 4x0, venceu por 3x0 e a decisão foi para os pênaltis. A gente perdeu o título e essa foi minha maior decepção.

  • Já assistiram algum jogo no estádio?

Cláudio: Eu já fui em três jogos. Fluminense e América, no Independência, Fluminense e Cabofriense, em Cabo Frio e com o pai fui no único jogo dele no estádio, Fluminense e Entreriense, em Três Rios. Mas no Maracanã nenhum de nós dois fomos, mas é um sonho.

  • E tem algum jogador que foi ídolo?

Osvaldo: Ídolo mesmo só na época da rádio, que eram tudo “cobra criada”. Dava gosto de ver o Telê, Valdo, Jair Francisco, Robson, o goleiro Castilho. Ídolos mesmo eram esses, dessa geração não tem nenhum não.

Cláudio: Meu ídolo era o Super Ézio, que morreu em 2011. Eu gosto muito de jogar bola e nas peladas esse é até o meu apelido.

  • E qual a opinião do envolvimento do Fluminense com o tapetão?

Cláudio: Eu vejo assim, em 1996 foi virada de mesa mesmo, o Fluminense caiu por incompetência. Em 1999, ele ganhou a terceira divisão e com uma jogada nos bastidores para não perder dinheiro, o acesso a Série B virou retorno direto a primeira divisão, com um convite a Fluminense, América-MG e Bahia para disputarem a Copa João Havelange, como foi chamado o Campeonato Brasileiro de 2000. Mas na minha opinião, tendo em vista não um favorecimento para o Fluminense, mas sim a CBF, que visava um faturamento maior para ela.
Agora, no caso de 2013, eu não vejo como uma virada de mesa, mas uma incompetência da Portuguesa e também uma jogada por causa do Flamengo. Porque se a Portuguesa não caísse o Flamengo ia cair. E entre Portuguesa e Flamengo, para a CBF, é melhor que os dois grandes do Rio permaneçam na elite do futebol.

  • E por fim, quais são as expectativas para 2015?

Cláudio: Eu acho que no Campeonato Carioca o time vai bem, porque o nível dos outros times está mais fraco que o do Fluminense. Apesar de ter mudado o patrocinador, que investia bem, o atual, ainda é razoável, não investe tanto, mas o principal do time ficou. Cavalieri, Fred, o maior centroavante do Brasil, Wagner, que é um meia razoável, mas que joga com o time, o Jean também, que é um bom meio-campo. Em comparação com os outros times do Rio, o Fluminense ainda é o melhor.
Já Campeonato Brasileiro, campeão não, mas dá pra fazer uma campanha razoável, ficar entre os oito primeiros. Para G4, ainda tem que melhorar muito.

Osvaldo: Para conquistar alguma coisa fora o Carioca esse ano, tem que contratar, porque tem muito jogador no atual time que ainda é bem inexperiente.
Porque segunda divisão não e mole não. Se cair não sobe mais! Porque segunda divisão é assim, o time cai pra jogar lá no interior do Ceará, campo pequeno, torcida muito perto, um caldeirão, aí não ganha não. Pelos jogos que estou vendo tem chance de ser rebaixado sim. O time tem que melhorar muito.


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